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Espreitas o silêncio
de um chumbo maior
- a primeira respiração
do mais leve ruído.
Sem ruga
a viagem da sombra
nítida ao longe
reveste-se de escuro.
Esvazia-se.
É hora do café.
Enquanto nascem coisas;
bravas, bagas, fendas,
não se ouvem pássaros.
Sobe devagarinho
a cor, o gado
ao fundo no monte,
uma luz violeta se esconde.
Estendida à beira-mar
a ponte e uma cidade,
um homem e pequenas
árvores de fruto.
Uma família de fetos
desponta um jardim,
outrora sons e figuras.
Um banco encostado
ao muro
o assombro toca a paisagem.
Fechas a lente
da porta desarmada.
Poema | Poem by - Ana Freitas Reis
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